Como seria a vida de um adolescente na busca de sonhos estapafúrdios?
Como seria a vida guiada por um desejo incalculável de abraçar o mundo, fazer tudo? Sendo que apenas tentar escrever, ou rabiscar, ou tropeçar nas sapatilhas brancas ou somente tentar ressuscitar as verdadeiras faces das personagens perdidas, não fosse suficiente.
Nisto se baseia este diário eletrônico, onde disperso ilações psicológicas, filosóficas e poéticas da minha vida em São Paulo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

04 de abril de 2010 Por favor

Por favor
Um prato fundo para a fome no mundo.

14 de março de 2010 A vida é uma Fábula


Hoje estive no teatro Imprensa para ver a peça Pinóquio da Cia Le Plat du Jour.

Ciente da versão clássica contada por Walt Disney, fui pego de surpresa com as personagens e histórias desenvolvidas na peça, primeiro ponto relevante do espetáculo foi seu roteiro adaptado, as responsáveis pelo mesmo e também pela direção,
Alexandra Golik e Carla Candiotto, basearam-se na verdadeira história de Pinóquio do italiano Collodi, isso com uma visão atual e singular das diretoras. Sem a influência da época em que a história foi escrita a cia transcendeu a linguagem cômica física, bonecos e teatro de sombra enriquecendo a adaptação. O lúdico, a linguagem de clown transformaram o texto em algo atemporal e conciliou o texto infantil e toda a ideia de moralidade, educação e dever, com a aceitação de todos os públicos, crianças, jovens e adultos.
O figurinista Chris Aizner conseguiu transmutar a ideia de fábula para algo palpável, seu figurino parecia encantado e ao mesmo tempo moderno como se pudesse deparar com qualquer um dos personagens a cinco quadras do teatro, realmente a aproximação do espectador com os personagens é fascinante. Os figurinos são bem desenvolvidos, mesmo com minúcias riquíssimas são de uma praticidade louvável, isso, pois estou tratando de aproximadamente trinta e cinco personagens e seis atores, ou seja, trocas rápidas e sem dificuldades. 
O cenário comportou muito bem o lúdico do espetáculo, além de conversar diretamente com as personagens funcionou como intermédio de ligação entre personagens e público. Inteligente e bem desenvolvido cenicamente, o cenógrafo Fábio Namatame permitiu-se criar como uma criança (o que é ainda mais difícil) e desenvolveu um cenário simples e FABULoso.  

O elenco é bom, deram vida a personagens caricatos e diversificados, desenvolveram bem as cenas coreografadas e foram agraciados por projetos de iluminação e som bem elaborados.
 Obrigado Dai por ter me levado ao teatro.
          Bem, até a próxima beijos e abraços!


11 de março de 2010 Os Cheiros de São Paulo


Ultimamente venho descobrindo São Paulo pelo olfato concomitantemente a visão. É simples, fechar os olhos, esquecer ou simplesmente não ter ideia alguma de onde esteja e de repente o cheiro quente, confortante de pizza toma conta da rua, do barulho e as cores vermelho e verde apossam-se do vazio, então vejo-me circundado por típicas cantinas italianas, engraçado (claro isso tudo em um período absoluto de concentração pois esquivar da poluição requer muita concentração).
Não existem muitas singularidades nos cheiros do Centro de São Paulo, confundem-se entre lixos estocados nas calçadas, urina nas escadarias, cantinas e lanchonetes tudo ao lado, colado sem nenhum intervalo para absorver de onde vem ou do que se trata exatamente, como tudo em São Paulo o cheiro passa rápido quase que imperceptível, às vezes incomoda outras instiga.

Diferente da visita que fiz a Vila Madalena onde tudo parecia mais silencioso e perceptível, os cheiros e os sons eram mais claros precisos, devo voltar para descrever melhor, foi uma visita rápida mas animadora. Bem infelizmente nenhum cheiro fora mais característico que o cigarro por todo o lado onde passo, em alguns momentos (muitos na verdade) percebia um cheiro mais concentrado e indigesto e era imediatamente avisado que o cheiro do qual tanto reclamava tratava-se de drogas, sem exageros, no metro, na rua, no ponto de ônibus ou mesmo em shoppings e lugares mais sofisticados.
Pois bem, ainda tenho muitos cheiros por descobrir.
 Beijos e abraços

26 de fevereiro de 2010 Saudade

Talvez o mais torturante na despedida seja a propriamente dita despedida. A saudade, sentimento comum nos dias de hoje, circunda o coração, alaga os olhos e perdura pelas lembranças. É afagada pelo abraço entre pessoas amadas, sela o carinho e o momento de partir. Pode parecer redundante, clichê ou ainda patético e infantilizado, contudo é fato, a falta existe a saudade é constante e a possibilidade de conhecer novas pessoas é instigante e torturante, mesmo assim apenas perdura e consolida as  antigas amizades!

Saudade de vocês amigos e família!
Beijos e abraços

23 de fevereiro de 2010 Poema

O Último poema que escrevi em Araçatuba foi Sinfonia da Bailarina para Anna Claudia Pessoa. Sem nomeações ou declarações sentimentalistas, das quais gosto muito, mas ele diz por si só!


      Sinfonia da Bailarina
 Anna Claudia Pereira Pessoa


Um, dois, três...Os trapos de uma sapatilha nua,
Não importa o quanto doa,
Voa bailarina, voa!
Posso conduzi-la nessa sequência trivial de coisa alguma
E ainda perco,
Se algo impedir a cantoria de seu corpo.
É um som passageiro, que muda,
Depende da música ou de música nenhuma.

Corpo desfeito em minutos,
Ficou o resto no ar,
Um traço do que foi o mais lindo desenho,
Da personificação do sonho.
E a loucura?
A loucura desaparece,
Desaparece com a sanidade,
Faz dançar!
Já é tarde, perdeu seu corpo, Anna!
Deixou no espelho de uma sala escura.
Deixou na barra de uma rampa improvisada.
Deixou na rua enquanto piruletava.
Deixou a mercê da música.
Deixou nos olhos, de um bailarino de pernas tortas qualquer!
Como dançar?
Ainda no descobri Anna.
Pode me ajudar?
Mais uma vez...
Um, dois, três...

23 de fevereiro de 2010 Caminhando e cantando.

Cheguei a São Paulo na noite de domingo, vislumbrado tudo passava tão rápido tão grande, o motorista corria como se carregasse uma boiada, mas assim mesmo não ofuscou o fascínio da chegada a cidade grande. Às vezes podemos receber ou melhor conhecer os desconhecidos, fui recebido por amigos e amigos de amigos, pessoas interessantes e curiosas sim com diferenças gritantes, mas ainda assim solícitas e respeitosas.
Fico pensando se aborreço mais do que aparento.

Hoje sai pela manhã, primeira vez sozinho, parecia ser fácil, bastava seguir a avenida. É parecia só parecia, pois ruas apareceram de lugares incabíveis, escadas, becos e avenidas quando dei por mim estava perdido, senti medo muito medo, caminhava e sorria constantemente não poderia aparentar qualquer tipo de inexperiência na cidade. Voltei para o apartamento com a ajuda do táxi e tudo correu bem do elevador ao quarto uffa!
Apesar de sentir muito medo de encarar São Paulo novamente, sai já pela tarde, para a avenida Paulista, quando parei ante ao MASP e coloquei os pés na Paulista, meus olhos encheram-se de um animo até então abafado por concreto, medo e insuficiência. Tudo parecia correr por lá e o simples fato de percorrer aquele caminho já me fez feliz naquele instante. Conheci a livraria Cultura, incrível não esperava, o ambiente completamente diferente de qualquer lugar que tenha ido em São Paulo, mesmo em outras visitas que fiz. Quando eu crescer quero morar na Livraria Cultura ou na Shakespeare & Company, Xii grande dúvida. Enfim sobrevive a um dia na grande São Paulo agora é aguardar oportunidades ou mesmo cria-las.

Querido Diário...


Permita-me registrar meu passado, presente e futuro em suas páginas, guardar memórias, despejar histórias, refletir e reinventar o mundo.

Por fim, um brinde a viver
sem medo, que a vida compense e
que sejas muito feliz!!!!

Beijos e abraços!!