Como seria a vida de um adolescente na busca de sonhos estapafúrdios?
Como seria a vida guiada por um desejo incalculável de abraçar o mundo, fazer tudo? Sendo que apenas tentar escrever, ou rabiscar, ou tropeçar nas sapatilhas brancas ou somente tentar ressuscitar as verdadeiras faces das personagens perdidas, não fosse suficiente.
Nisto se baseia este diário eletrônico, onde disperso ilações psicológicas, filosóficas e poéticas da minha vida em São Paulo.

sábado, 4 de junho de 2011

15 de junho de 2010 São Paulo Fashion Week


Domingo 13/06/2010 fui ao parque Ibirapuera, apesar de gostar muito do lugar, deixei todo sua beleza natural e inspiração artística de lado, pois estava lá única e exclusivamente, para vislumbrar a arte urbana e usual. Na Bienal acontecia mais uma edição de um dos eventos mais conceituados de moda do Brasil, o São Paulo Fashion Week. Sempre gostei de moda, suas possibilidades e amplidão do termo, os artistas (estilistas), seus desfiles e obras desenvolvidos a partir de um contexto refinadamente elaborado.

Estive no desfile do João Pimenta e da Amapô, ganhei os convites da Gabriela Stripeikis, minha colega de trabalho na Bicho de Pano, segue descrito o que meus olhos registraram.

João Pimenta


Fui surpreendido pelo estilista João Pimenta, sem dúvida ele elevou o nível da moda masculina. Uma verdadeira brincadeira com o tempo. Seu trabalho parece partir do principio da chegada da família real ao Brasil, seus tecidos, cortes e cores. Em sua passarela, um retrocesso fino para o Barroco, mesclado a modernidade de João Pimenta, premícias européias.
Peças delicadas e minuciosas em tons areia, preto e um azul sutil, uma coleção bem equilibrada com elegantes cinturas marcadas e também com peças de caimento mais leve e despojado, destaque para as rendas, laços e golas do estilista. Ousando e mesclando atualidade com o passado, em particular, sinceramente, João Pimenta desenhou um pouco do que eu quero vestir (risos), gostei muito.

Amapô

A coleção da Amapô estava uma felicidade incontestável, nem precisaria da música para identificar o Maracatu, a festança que se iniciava na sala 02. 
A objetividade com que a marca tratou das nossas festas regionais, foi a responsável por todo o charme do desfile, eram franjas, fitas, estampas, couro (com motivos de cordel, incrível) mesclados a contemporaneidade da marca em transparências, amarrações e brilho, também com peças chaves como um blaser sobreposto em tecidos leves e delicados.
As composições e intervenções diagonais, de diferentes tons ou materiais, nas peças realçaram as linhas e a variedade de cores da coleção, trazendo para a tarde de domingo uma brasilidade bonita por si só. Os sapatos são lindos também, mas não sei se são produzidos pela grife.


O Evento São Paulo Fashion Week

Quando cheguei na Bienal, confesso que estava de mente aberta para sugar todo tipo de conhecimento possível, estava certo de que entraria em um cometa de informações e aquilo tudo poderia passar muito rápido, contudo me decepcionei. O evento não é tão pomposo quanto demonstra ser pela mídia, sempre o acompanhei pela internet e esperava mais manifestação de moda, zelo e desenvolvimento do tema escolhido.           Primeiro fiquei confuso, na entrada Cata-ventos e um tobogã que me pareciam representar o ANIMA (tema escolhido) depois uma roda gigante bem ao centro e as paredes com grafismos de temáticas africanas, desenvolvidas por artistas de blocos afro em Salvador, bem os conciliei com a alegria do povo afro e sua animação, porém, não ficou claro, não foi bem trabalhado e o tema se perdeu. Não foi lúdico, mágico ou grandioso como a infância, se era essa a intenção, Faltou ambientação, som, faltou trabalhar MODA, respirar moda dentro do tema, Se o foco principal era áfrica, faltaram os tecidos e estampas africanas, tambores e todas as mil possibilidades que ambos os temos proporcionam.
Faltou pesquisa e comprometimento com a qualidade e evolução do evento. Em uma das vezes que acompanhei pela internet, vi um trabalho que fizeram com o tema França no Brasil, primoroso! Esperava algo do nível.
A moda é muito mais que simples exposição, são ideias e conceitos, nunca determinantes, sempre mutáveis, flexíveis e adaptáveis.

O mais glamuroso na moda é sua versatilidade e aceitação.

Moda é arte visual e usual ;D
Beijos e abraços



07 de junho de 2010 Araçatuba


Voltei a Araçatuba depois de, mais ou menos, três meses. Foi como tomar fôlego para outra vez mergulhar fundo em águas turbulentas. Revi família e amigos, fique a par das felicidades e tomei as dores das pessoas que amo tanto.
Minha família continua linda, sentia e sinto muita falta deles, das brincadeiras, do bom humor, de todos eles Capobiancos e Cosmos. Dos meus pais, os quais me deram algo do qual posso me orgulhar, minha educação. Minhas amigas, companheiras de eventos, brincadeiras absurdas, companheiras de magia, ideias mirabolantes, palcos e sonhos, muitos sonhos. O Grupo Casa & Tal continua “Pra frente” no bom sentido, adoro vocês mesmo de coração a loja está linda de extremo bom gosto, e a equipe ainda mais querida.  
Infelizmente não pude ver a minha vó Neusa, a Mirian e a Ivana, fica para uma próxima.
Obrigado pelo carinho, estímulo e por mais uma vez demonstrarem que acreditam no meu potencial. Todas as palavras de amor são válidas, quando sinceras.

07 de junho de 2010 Entulho Humano


São Paulo é uma cidade dolorosa, é inquieta e contrastante. É fácil lembrar do barulho, do cheiro, comentar dos gostos, dos lugares. Não sei se todos se lembraram das dores. São Paulo reverbera sofrimento, mesmo com o trânsito, a bagunça, o progresso, escuta-se gemidos, murmúrios de homens aos cantos, viadutos, famílias inteiras chamando. Difícil encontrar justificativa, talvez seja conseqüência de um progresso canalizado, onde a água límpida desse cano deságua pela torneira em um belo jardim e os dejetos descem pelo ralo e despejam-se nos cantos da casa. É todo o tipo de gente, todo o tipo de sorte. Uma exposição de arte ao ar livre, uma instalação intitulada Descaso, Dor ou Indulgência.
Acho que sou imaturo para escrever, posso observar, todavia falta conhecimento para argumentar sobre o assunto, seria flertar sobre política, sobre competência ou outros fatores que contribuem para essa infestação de famílias nas ruas da cidade.
Aqui os pedintes entram em estabelecimentos comerciais, vendem frases, pedidos e bênçãos divinas, são surdos, mudos, crianças ou senhores com expressões dóceis e carinhosas. Não se trata, normalmente, de opções, difícil recusar ao pedido carente de pessoas que, ao meu ver, são tão necessitadas.
Dia desses um senhor entrou desesperado na loja onde trabalho, pedindo para fazer uma ligação para um hospital de Minas. Tratava-se de um senhor de muita idade, trabalhador de roça em Minas, estava em São Paulo, pois fora encarregado de trazer para analise uma amostra do tumor de sua esposa, no ônibus esse senhor humilde, fora assaltado, levaram tudo, seu dinheiro e até mesmo a amostra para analise que carregava. Minha chefa Bia, vendo o desespero e a sinceridade daquele senhor, permitiu a ligação, do outro lado da linha a funcionária do hospital, dizia que não poderia entrar em contato com o dono da roça, a quem o senhor confiava o envio do dinheiro para comprar as passagens de volta. A tristeza era visível nos olhos daquele senhor, ele conversava conosco, devia passar por sua cabeça como seria sua noite em São Paulo, nos explicou que a prefeitura não se posicionou para ajudá-lo tentou todos os órgãos competentes, mas não obteve resultados. 


No fim da história a Bia pagou as passagens do senhor para que ele voltasse para junto de sua esposa, ele ofereceu seus serviços em troca do pagamento, mas não havia tempo. Saiu chorando e agradecido parecia envergonhado, com o ego abalado e todos nós comovidos.
A  realidade insiste em manter-se imutável, parece  difícil reestruturar uma cidade, permiti-la receber melhor seus visitantes. Ainda existiram seres humanos cambaleando pela  cidade grande, no entanto o que a enfeiúra  não são os pés sujos desses homens, suas roupas apodrecidas e cabelos desgrenhados, mas sim seus olhos tristes e sofridos, sua fome, sua sede, a falta de perspectiva de vida e o caminho escuro que foi oferecido.
Beijos e abraços

PS: Muita sorte ao Senhor de Minas, espero que esteja bem e ao lado de sua esposa.

25 de maio de 2010 Daniela Oliveira


As consequências da escrita pertencem absolutamente a quem lê não a quem escreve.
Conheci em são Paulo uma garota adorável e inconsequente de alma mágica e impermeabilizada do resto do mundo. Sua escrita permite uma libertação do senso comum e das deduções e determinações do que é certo e errado para uma sociedade ainda hipócrita e limitada.
Prazer em conhece-la Dani muita poesia em sua vida.

Me deixa!
Deixa que eu tenha direitos de ser quem eu quiser!De ser triste, de ser alegre, de ser feliz, de ser desesperançosa!
Me deixa aprender.
Me deixa ensinar.
Me deixa não querer deixar.
Me deixa ter cismas, ter ciúmes, ter contradições.
Me deixa errar. Me deixa arrempender-me de coração.
Me deixa não querer entender.Não ter. Não saber.
Não querer.
Me deixa ser louca sem motivo. Ser irritante.
Ser intrigante.
Me deixa ser pacífica. Ser ingênua. Ser pura de sentimentos.
Me deixa odiar por um momento. Ficar a sós em silêncio.
Me deixa não querer conversar. Não querer prometer.
Não querer te entristecer.
Me deixa gritrar com pessoas. Não querer conhecê-las. Querer esquecê-las.

Me deixa chorar sem motivo. Não fazer ruídos.Não olhar. Não tocar.
Me deixa um dia querer ficar comigo mesmo.Não pensar em coisas boas.Me deixa ser otimista, positiva.Me deixa querer ter coisas boas e ruins.
Não ter medo e as vezes me encolher.Me deixa ler o que eu quiser, saber o que eu puder, absorver o que couber.
Me deixa não párar, evoluir, possuir!Me deixa engrandecer. Não somente me envaidecer!
Me deixa ser humilde. Me redimir. Aprender a seguir. Por fim, me deixa, que eu quero ser levada pela vida, aonde ela quiser me levar....

Dani Oliveira
                                                                                                     


Socializando

Sempre coloquei em rodas de amigos a questão da educação, mesmo a cívica que propriamente dita ultimamente extinguiu-se. Pode parecer ingênuo, um pensamento de mundo perfeito idealizado por um jovem sem perspectiva de mundo moderno, que seja então, contudo coisas como valores humanos, respeito, higiene talvez tenham sido substituídas por vidas virtuais perfeitas ou mesmo abafadas pela correria cotidiana, de fato nada justifica.         
São senhoras levando seus cães para usarem as ruas como um grande sanitário, pessoas urinando nas escadas espalhadas por São Paulo.  Grosserias, empurrões um desrespeito total nas estações de metrô.  Mesmo eu que estou aqui cerce de noventa dias, já entendi que primeiro é o desembarque depois o embarque, isso é só um dos exemplos. Não acho que todas as pessoas sejam assim, é que estamos falando de um país com potência para no futuro tornar-se um país de primeiro mundo, evoluir na economia sem uma comunicação direta com a população, de nada vale, será tornar o país economicamente estável com uma população retrógrada.
Até o momento não tive apenas experiências negativas quanto ao comportamento social, muitas me surpreenderam, os funcionários do metrô que dão informações e localizam garotos perdidos (risos), são muito prestativos e solícitos. Outro caso muito curioso foi que certa noite percebi que me seguiam, então atravessei a rua, vi um rapaz, o perguntei onde ficava um ponto de ônibus que me levasse ao metrô, ele ficou indignado, sendo que eu pagaria uma passagem para ir ao metrô que estava a menos de cinco minutos de onde conversávamos,         
expliquei a situação, ele me mostrou onde ficava, contudo se prontificou a me levar, fiquei impressionado, ele pegaria um ônibus ali mesmo e resolveu caminhar até o metrô apenas pela minha segurança.
Encanto-me facilmente com pessoas, fico entusiasmado com a possibilidade de encontrá-las, conversar, é instigante, mesmo as que encontro esporadicamente, comerciantes, colaboradores da loja onde trabalho ou até as senhoras e senhores do bom dia! corriqueiro.
Tornar o convívio mais ameno e carinhoso transforma a vida corrida e estressante de São Paulo mais bonita, mais poética e mais pertinente a essa fascinante metrópole.  


23 de maio de 2010 Domingo pela manhã

Tenho sido fraco.
Tenho desanimado.
As coisas parecem mais difíceis.
Sinto falta, sinto desespero, sinto medo e uma responsabilidade demasiada.

E o que piora a situação é não ter um palco, falta música, faltam textos, falta poesia, falta tinta, faltam projetos, faltam aplausos para alimentar meus devaneios. É ainda mais difícil sonhar sozinho. Londres parece mais distante, o cinema desacreditado e os palcos uma irrealidade, todos imersos pela frustração e pela insuficiência.  
Não tenho feito meu tempo em São Paulo, perdi, acho que desviei o                                                      foco ou simplesmente a sobrevivência o apagou, não tenho vivido, tenho sobrevivido em São Paulo, isso me entristece.
Esse desespero soprou mais forte na minha janela hoje, talvez seja o frio ou as nuvens cinza no céu, entretanto alguma coisa me chamou para a TV e eis que Billy Elliot surge na tela, como magia ou simples acaso, Enfim, não acreditei, peguei o finalzinho, mas me pareceu o suficiente para tentar sobreviver a mais uma semana em São Paulo.
" No começo é difícil, mas depois eu esqueço e desapareço, é como a eletricidade, fogo dentro de mim"
Billy Elliot  

quinta-feira, 2 de junho de 2011

20 de maio de 2010 Aplausos


 Hoje indo para o trabalho, encontrei um cidadão na rua Augusta que caminhou até o metrô Anhangabaú com suas mãos estendidas ao céu, aplaudindo com força e convicção, incessantemente, atravessou ruas, parou carros, mas não deixou de aplaudir em momento algum.

Usava roupas rotas, uma camiseta branca e um calça de moletom cinza, aparentava lá seus trinta e cinco anos de idade, moreno, alto e bem forte.
Vendo-o lembrei de uma citação que li certa vez: Para os Gregos o aplauso é a forma que nós, meros mortais, encontramos para chamar a atenção dos deuses para algo sublime e divino que acontece na Terra.
Concordo e me pergunto o que aquele homem aplaudia com tanto fervor. 


13 de maio de 2010 "Vejam Bem..."


Tanto tempo que não posto e tenho tanto a dizer, vou sair de um cronograma de acontecimentos para postar algo recente.

Bem, na noite dessa quinta-feira um grupo de jovens se reuniu para determinada "manifestação" em São Paulo, a ação implicava em andar sem calças pelo metrô. Motivo do manifesto? Nenhum, como disse uma das participantes eles apenas queriam chocar "Veja bem, não tem um motivo concreto. É um bando de idiotas querendo chocar". Conseguiram, estou chocado, sou a favor de todo e qualquer manifesto, contudo o termo manifesto quer dizer, Declaração pública ou solene das razões que justificam certos atos ou fundamentos de certos direitos. Ato de manifestar ou divulgar um desejo, ato ou repudia.
Também rejeito o senso comum, afinal quem determinou que devemos usar calças ou coisas assim, todavia o que pesou mesmo, foi o uso incorreto do termo, categorizar "manifesto" para algo tão patético desmerece a palavra, se fosse apenas um encontro dos desnudos os sem calças os sem o que fazer seria mais divertido e mais inteligente, seria apenas uma reunião bem humorada.
     

terça-feira, 31 de maio de 2011

04 de abril de 2010 Por favor

Por favor
Um prato fundo para a fome no mundo.

14 de março de 2010 A vida é uma Fábula


Hoje estive no teatro Imprensa para ver a peça Pinóquio da Cia Le Plat du Jour.

Ciente da versão clássica contada por Walt Disney, fui pego de surpresa com as personagens e histórias desenvolvidas na peça, primeiro ponto relevante do espetáculo foi seu roteiro adaptado, as responsáveis pelo mesmo e também pela direção,
Alexandra Golik e Carla Candiotto, basearam-se na verdadeira história de Pinóquio do italiano Collodi, isso com uma visão atual e singular das diretoras. Sem a influência da época em que a história foi escrita a cia transcendeu a linguagem cômica física, bonecos e teatro de sombra enriquecendo a adaptação. O lúdico, a linguagem de clown transformaram o texto em algo atemporal e conciliou o texto infantil e toda a ideia de moralidade, educação e dever, com a aceitação de todos os públicos, crianças, jovens e adultos.
O figurinista Chris Aizner conseguiu transmutar a ideia de fábula para algo palpável, seu figurino parecia encantado e ao mesmo tempo moderno como se pudesse deparar com qualquer um dos personagens a cinco quadras do teatro, realmente a aproximação do espectador com os personagens é fascinante. Os figurinos são bem desenvolvidos, mesmo com minúcias riquíssimas são de uma praticidade louvável, isso, pois estou tratando de aproximadamente trinta e cinco personagens e seis atores, ou seja, trocas rápidas e sem dificuldades. 
O cenário comportou muito bem o lúdico do espetáculo, além de conversar diretamente com as personagens funcionou como intermédio de ligação entre personagens e público. Inteligente e bem desenvolvido cenicamente, o cenógrafo Fábio Namatame permitiu-se criar como uma criança (o que é ainda mais difícil) e desenvolveu um cenário simples e FABULoso.  

O elenco é bom, deram vida a personagens caricatos e diversificados, desenvolveram bem as cenas coreografadas e foram agraciados por projetos de iluminação e som bem elaborados.
 Obrigado Dai por ter me levado ao teatro.
          Bem, até a próxima beijos e abraços!


11 de março de 2010 Os Cheiros de São Paulo


Ultimamente venho descobrindo São Paulo pelo olfato concomitantemente a visão. É simples, fechar os olhos, esquecer ou simplesmente não ter ideia alguma de onde esteja e de repente o cheiro quente, confortante de pizza toma conta da rua, do barulho e as cores vermelho e verde apossam-se do vazio, então vejo-me circundado por típicas cantinas italianas, engraçado (claro isso tudo em um período absoluto de concentração pois esquivar da poluição requer muita concentração).
Não existem muitas singularidades nos cheiros do Centro de São Paulo, confundem-se entre lixos estocados nas calçadas, urina nas escadarias, cantinas e lanchonetes tudo ao lado, colado sem nenhum intervalo para absorver de onde vem ou do que se trata exatamente, como tudo em São Paulo o cheiro passa rápido quase que imperceptível, às vezes incomoda outras instiga.

Diferente da visita que fiz a Vila Madalena onde tudo parecia mais silencioso e perceptível, os cheiros e os sons eram mais claros precisos, devo voltar para descrever melhor, foi uma visita rápida mas animadora. Bem infelizmente nenhum cheiro fora mais característico que o cigarro por todo o lado onde passo, em alguns momentos (muitos na verdade) percebia um cheiro mais concentrado e indigesto e era imediatamente avisado que o cheiro do qual tanto reclamava tratava-se de drogas, sem exageros, no metro, na rua, no ponto de ônibus ou mesmo em shoppings e lugares mais sofisticados.
Pois bem, ainda tenho muitos cheiros por descobrir.
 Beijos e abraços

26 de fevereiro de 2010 Saudade

Talvez o mais torturante na despedida seja a propriamente dita despedida. A saudade, sentimento comum nos dias de hoje, circunda o coração, alaga os olhos e perdura pelas lembranças. É afagada pelo abraço entre pessoas amadas, sela o carinho e o momento de partir. Pode parecer redundante, clichê ou ainda patético e infantilizado, contudo é fato, a falta existe a saudade é constante e a possibilidade de conhecer novas pessoas é instigante e torturante, mesmo assim apenas perdura e consolida as  antigas amizades!

Saudade de vocês amigos e família!
Beijos e abraços

23 de fevereiro de 2010 Poema

O Último poema que escrevi em Araçatuba foi Sinfonia da Bailarina para Anna Claudia Pessoa. Sem nomeações ou declarações sentimentalistas, das quais gosto muito, mas ele diz por si só!


      Sinfonia da Bailarina
 Anna Claudia Pereira Pessoa


Um, dois, três...Os trapos de uma sapatilha nua,
Não importa o quanto doa,
Voa bailarina, voa!
Posso conduzi-la nessa sequência trivial de coisa alguma
E ainda perco,
Se algo impedir a cantoria de seu corpo.
É um som passageiro, que muda,
Depende da música ou de música nenhuma.

Corpo desfeito em minutos,
Ficou o resto no ar,
Um traço do que foi o mais lindo desenho,
Da personificação do sonho.
E a loucura?
A loucura desaparece,
Desaparece com a sanidade,
Faz dançar!
Já é tarde, perdeu seu corpo, Anna!
Deixou no espelho de uma sala escura.
Deixou na barra de uma rampa improvisada.
Deixou na rua enquanto piruletava.
Deixou a mercê da música.
Deixou nos olhos, de um bailarino de pernas tortas qualquer!
Como dançar?
Ainda no descobri Anna.
Pode me ajudar?
Mais uma vez...
Um, dois, três...

23 de fevereiro de 2010 Caminhando e cantando.

Cheguei a São Paulo na noite de domingo, vislumbrado tudo passava tão rápido tão grande, o motorista corria como se carregasse uma boiada, mas assim mesmo não ofuscou o fascínio da chegada a cidade grande. Às vezes podemos receber ou melhor conhecer os desconhecidos, fui recebido por amigos e amigos de amigos, pessoas interessantes e curiosas sim com diferenças gritantes, mas ainda assim solícitas e respeitosas.
Fico pensando se aborreço mais do que aparento.

Hoje sai pela manhã, primeira vez sozinho, parecia ser fácil, bastava seguir a avenida. É parecia só parecia, pois ruas apareceram de lugares incabíveis, escadas, becos e avenidas quando dei por mim estava perdido, senti medo muito medo, caminhava e sorria constantemente não poderia aparentar qualquer tipo de inexperiência na cidade. Voltei para o apartamento com a ajuda do táxi e tudo correu bem do elevador ao quarto uffa!
Apesar de sentir muito medo de encarar São Paulo novamente, sai já pela tarde, para a avenida Paulista, quando parei ante ao MASP e coloquei os pés na Paulista, meus olhos encheram-se de um animo até então abafado por concreto, medo e insuficiência. Tudo parecia correr por lá e o simples fato de percorrer aquele caminho já me fez feliz naquele instante. Conheci a livraria Cultura, incrível não esperava, o ambiente completamente diferente de qualquer lugar que tenha ido em São Paulo, mesmo em outras visitas que fiz. Quando eu crescer quero morar na Livraria Cultura ou na Shakespeare & Company, Xii grande dúvida. Enfim sobrevive a um dia na grande São Paulo agora é aguardar oportunidades ou mesmo cria-las.

Querido Diário...


Permita-me registrar meu passado, presente e futuro em suas páginas, guardar memórias, despejar histórias, refletir e reinventar o mundo.

Por fim, um brinde a viver
sem medo, que a vida compense e
que sejas muito feliz!!!!

Beijos e abraços!!